Tolerância Zero

30 de setembro de 2010

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A ministra Eliana Calmon, que homenageamos na edição passada tomou posse no CNJ, Conselho Nacional de Justiça, no cargo de Corregedora Nacional de Justiça, o seu pronunciamento, como de costume, franco e incisivo, traçou normas e caminhos reafirmando os propósitos definidos na sua entrevista, acrescentando que dois novos projetos serão adotados pela Corregedoria:  – o Justiça em  Dia, para alavancar os processos paralisados à espera de julgamento; e o de acompanhamento e monitoramento de demandas de grande repercussão para a sociedade. No tocante a atividade correcional, a ministra disse que o CNJ, por meio da Corregedoria será implacável com a corrupção, prática a ser banida do âmbito do Poder Judiciário. “Terei tolerância zero” afirmou.
“Não podemos mais esperar e, na urgência urgentíssima em que nos encontramos, é preciso que todos nós, magistrados, acreditando no Judiciário, passemos a desconstruir o castelo burocrático de um falido sistema de pseudos disciplinados e hipócritas profissionais para com coragem, não só aceitarmos as mudanças, mas delas também participarmos, quebrando paradigmas na certeza de que, sem um judiciário eficiente, será inteiramente impossível a funcionalidade estatal”, disse a ministra, em seu discurso.
Segundo a nova corregedora, o projeto piloto de Justiça em Dia será criado primeiramente nos tribunais regionais federais, em parceria com o Conselho de Justiça Federal (CJF) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe). O projeto buscará um julgamento rápido ao mesmo tempo em que oferecerá assessoria de gestão individualizada a cada gabinete, Depois, o  Justiça em Dia será estendido também a Justiça Estadual para, ao final, “devolver aos julgadores a auto-estima perdida e a credibilidade abalada”.
A ministra Eliana Calmon disse ainda que, como prioridade de sua gestão, nos próximos dois anos à frente da Corregedoria Nacional de Justiça irá fortalecer as escolas de magistratura, “ensinando ao magistrado ser a sua atividade muito maior que simplesmente dar uma sentença ou assinar um despacho.”