O órgão representativo maior da imprensa brasileira está comemorando 100 anos, tendo prestado nesse século de existência, com muita luta e duros sacrifícios, o papel que lhe coube na defesa da liberdade da imprensa, de opinião, e de expressão dos direitos humanos e da cidadania.
Sob a competente direção do seu presidente, Maurício Azedo, a centenária ABI se mantém vigilante na defesa intransigente das liberdades públicas e da imprensa, dos direitos humanos e dos postulados cívicos que norteiam a independência dos ideais republicanos, que constituem pela tradição libertária dos seus fundadores, o repositório herdado das grandes atuações e dos valorosos vultos do jornalismo, desse glorioso período da imprensa brasileira.
Com grande satisfação, cumprimentamos o trabalho e esforço do companheiro Maurício Azedo, pela realização das magníficas e expressivas festividades do centenário da ABI, com soberbo realce ao convincente e afirmativo editorial publicado na edição especial do centenário da entidade, sob o título: “Nossa vocação: a liberdade”, onde o nosso presidente traça o paralelo da defesa da liberdade de imprensa e a preservação do Estado Democrático de Direito mantido durante toda a existência da ABI, enfrentando os percalços contra a violência dos opressores e tiranos, praticada contra a sociedade, na luta contínua de defensores da integral e inarredável liberdade de opinião e da imprensa.
Cabe aqui realçar com homenagens a iniciativa e as ações do fundador da ABI, jornalista Gustavo de Lacerda, que em 7 de abril de 1908, com poucos companheiros, concebeu a entidade que veio se tornar o arauto das liberdades no país. Homenagens também, para os varões que levantaram alto o preceito e princípio maior da imprensa que é a liberdade, destacando-se no início da fundação da ABI, os jornalistas Belizário de Souza, José do Patrocínio e Paulo Barreto que usava o pseudônimo de João do Rio.
Nestes 100 anos da existência da ABI, grandes batalhas foram realizadas por jornalistas que continuaram as lutas com sacrifícios, prisões e exílios, defendendo no seu trabalho a liberdade da imprensa e o regime da democracia. Alguns que se foram são lembrados com respeito e admiração, deixando exemplos de perseverança, coragem, destemor e sentidas saudades, como Líbero Badaró, Júlio de Mesquita Filho, Cásper Líbero, Assis Chateaubriand, Roberto Marinho, Samuel Wainer, José Carlos de Macedo Soares, Barbosa Lima Sobrinho, Raymundo Faoro, Austregésilo de Athayde, Prudente de Moraes, Trajano Chacon, Evaristo de Moraes, Edmar Morel, Alcindo Guanabara, Emílio de Meneses, Rubem Braga, Carlos Castello Branco, Nyomar Bittencourt, Luiz Paulistano, Danton Jobim, Otto Maria Carpeaux, Horácio de Carvalho, muitos outros e ainda agora, lamentavelmente, os queridos e já saudosos, o companheiro Fernando Barbosa Lima, presidente do Conselho Deliberativo da ABI, e o nosso estimado e talentoso Fausto Wolff, grande figura do jornalismo criativo, que foi um titã na luta conduzida com maestria contra a corrupção e a hipocrisia.
O reconhecimento do papel que a ABI representa na vida republicana, nestes 10 decênios de lutas em favor das liberdades, da plena democracia do respeito ao efetivo Estado Democrático de Direito, tem merecido da sociedade inúmeras homenagens prestadas pelos três Poderes da República, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo.
A existência dos cem anos de efetiva luta pelos princípios de liberdade da imprensa defendidos pela ABI, é prova insofismável que O SONHO CONTINUA!