Edição 293
2025: metas e avanços para a Justiça
2 de janeiro de 2025
Tiago Santos Salles Editor-Executivo
O ano de 2025 chega carregado de promessas e desafios para o sistema judiciário brasileiro. É um momento de renovação de metas, mas também de reafirmação de valores que sustentam a democracia: justiça, cidadania e transparência. Esses princípios, que nomeiam esta revista e definem seu compromisso editorial, se entrelaçam com as diretrizes traçadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário. Não é exagero dizer que as metas nacionais para o próximo ano têm o potencial de redefinir a relação entre cidadãos e Poder Judiciário.
Ao abrir o evento, o ministro Luís Roberto Barroso, membro de nosso conselho editorial, presidente do CNJ e do STF, destacou com brilho a relevância do trabalho da magistratura e os serviços prestados pelo Judiciário brasileiro. A realidade, no entanto, é tão impressionante quanto desafiadora: 19 mil juízes enfrentam um acervo monumental de 87,7 milhões de processos pendentes. É inevitável questionar como um sistema tão sobrecarregado ainda consegue manter índices de produtividade que surpreendem até os padrões internacionais. E, ainda assim, o desafio persiste: a eficiência precisa ser aprimorada e a confiança pública, renovada.
Entre as iniciativas, a meta de reduzir a litigiosidade chama atenção pela ousadia. Resolver questões relacionadas às execuções fiscais, que representam mais de um terço do acervo total, é atacar a raiz de um problema estrutural. A proposta não é apenas estratégica, é uma tentativa de desatar um dos nós mais complexos do Judiciário. E enquanto se busca eficiência, o Judiciário também olha para dentro. Os baixos índices de afastamento de juízes por má conduta refletem um compromisso ético que deve ser celebrado, mas não acomodado.
Outro ponto central é a inovação tecnológica, que promete ser o alicerce para a transformação da Justiça em 2025. Não se trata apenas de digitalizar processos, mas de reimaginar como os serviços jurídicos chegam aos cidadãos – especialmente àqueles que vivem à margem, em regiões remotas ou vulneráveis. Com soluções que vão da ampliação do acesso digital à sustentabilidade, o Judiciário demonstra que está atento às exigências do século XXI.
Essas metas não são meramente administrativas. São, acima de tudo, gesto de compromisso com o futuro, revelando um Judiciário que, apesar das dificuldades, busca ser mais inclusivo, eficiente e conectado com as demandas sociais.
Como veículo de comunicação, nosso papel é mais do que narrar essa transformação. A Revista Justiça & Cidadania é agente ativa, engajada na valorização da magistratura e das instituições públicas. Há 25 anos, seguimos inspirados pelo legado de nosso fundador, Orpheu, promovendo pautas que destaquem o papel da Justiça como bem coletivo.
Em tempos marcados por desinformação e incertezas, reforçamos nosso compromisso com a verdade, com a promoção da democracia e com o fortalecimento das instituições. Mais do que relatar fatos, buscamos inspirar confiança no Judiciário e, com isso, contribuir para um Brasil mais justo e cidadão.
Olhando para 2025, vemos não só metas, mas um horizonte de possibilidades. E é com entusiasmo que seguimos ao lado da Justiça, construindo um futuro mais sólido e mais humano.
Leia ainda nesta edição – A capa desta edição traz entrevista exclusiva com a primeira mulher eleita para a Presidência da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ) em 94 anos: a advogada Ana Tereza Basilio, que integra nosso conselho editorial. Na entrevista, ela destaca os desafios e prioridades para o triênio 2025-2027, como o aumento da representatividade feminina, a modernização administrativa e tecnológica e o combate à violência contra a mulher. A expectativa é de que sua gestão deixe um legado de modernização, eficiência e inclusão na OAB-RJ.
Outros destaques são a cobertura do 180 Encontro Nacional do Poder Judiciário e da primeira edição da Jornada Jurídica de Prevenção e Gerenciamento de Crises Ambientais, além de reportagem sobre a mais recente edição do programa “Conversa com o Judiciário”, realizada na sede do Tribunal de Justiça de Sergipe, em Aracaju, com o objetivo de debater a proteção dos direitos digitais.
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