Bancos atualizam autorregulação sobre boas práticas socioambientais

16 de dezembro de 2020

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Foto: Pixabay

Revisão de compromissos incorporou temas da agenda ESG

O Conselho de Autorregulação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aprovou a revisão dos compromissos voltados à gestão dos riscos socioambientais nas instituições financeiras. A atualização incorporou temas ESG (ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês) relevantes para a atuação dos bancos.

Segundo a Febraban, um dos destaques é o novo requisito para gerenciamento e reporte dos riscos e oportunidades das mudanças climáticas nos negócios das instituições, em linha com as recomendações da Força Tarefa do Financial Stability Board. Desde 2018 a entidade realiza um plano de trabalho para apoiar o setor bancário na implementação destas recomendações.

De acordo com Isaac Sidney, presidente da Febraban, aspectos ESG podem impactar diretamente o desempenho das organizações. “O setor tem consciência de que é necessário avançar no gerenciamento dos riscos socioambientais nos negócios com os clientes, além de canalizar cada vez mais recursos, principalmente privados, para atividades mais verdes e inclusivas”, disse em nota.

A análise do risco socioambiental no crédito rural foi outro aspecto reforçado na revisão, a exemplo da inclusão dos demais biomas, além do amazônico, no dispositivo que condiciona a concessão à verificação da inexistência de embargo ambiental imposto pelo Ibama.

Também houve a inclusão de temas a serem considerados na gestão dos impactos das atividades das signatárias, como diversidade, inclusão, saúde e segurança no trabalho, utilização de fontes renováveis de energia e adoção de técnicas de construção e reformas sustentáveis.

O normativo socioambiental da autorregulação foi inicialmente elaborado a partir da publicação da Resolução 4.327/2014 do Banco Central. Os bancos que aderem se comprometem, de forma voluntária, a seguir padrões ainda mais elevados de conduta e são periodicamente supervisionados, podendo sofrer punição em caso de descumprimento. As instituições signatárias terão até junho de 2021 para se adequarem aos novos requisitos socioambientais.

Publicação original: Valor Econômico