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Carlos Velloso, grande juiz, grande jurista

19 de abril de 2013

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“Um cidadão exemplar que sempre defendeu a modernização do Poder Judiciário”
Fernando Henrique Cardoso

No final do mês de fevereiro foi lançado, em Brasília, o livro “Estudos: Direitos Públicos – Homenagem ao ministro Carlos Mário da Silva Velloso”. A obra reúne artigos de diversos juristas e é coordenada por Ives Gandra da Silva Martins, Patrícia Rosset e Antonio Carlos Rodrigues do Amaral. O prefácio é do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Velloso, membro do Conselho Editorial da Revista Justiça & Cidadania, só soube da homenagem quando estava pronta e ficou emocionado com o lançamento do livro. “Essa é uma das maiores homenagens que eu poderia receber. O livro reúne textos de grandes juristas brasileiros, fiquei honrado, porque essa homenagem está acima do meu merecimento”, destacou. “É certamente um grande livro, que será muito importante nas bibliotecas dos operadores do direito”, acrescentou o ministro aposentado. Além de temas ligados ao direito público, a publicação traz textos de direito civil, tributário e privado.

O ministro Ricardo Lewandowski, indicado para o STF na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Velloso, destacou que ele “além de ser um grande juiz, é um grande jurista. Sou sucessor de sua cadeira no STF e, em minha atuação no Tribunal, devo muito ao gabinete muito bem organizado que herdei”. Autor de um dos artigos da publicação e presente ao lançamento, o ministro Gilmar Mendes lembrou que o ministro Velloso, em seus 15 anos de Suprema Corte, deu uma significativa contribuição ao Tribunal. “É uma justa homenagem. Ele é um grande constitucionalista e uma figura humana excelente”, disse o ministro.

Presidente do Supremo até novembro do ano passado, o ministro Carlos Ayres Britto assina um dos artigos que celebram a carreira de Carlos Velloso. “Escrevi sobre administração pública e o fiz com muito prazer para homenagear este querido amigo e grande jurista. Me junto aos que têm no ministro Carlos Velloso um modelo, um paradigma”, comentou Britto.
Ives Gandra, um dos organizadores da obra, elogiou a trajetória profissional de Carlos Velloso e lembrou de seu importante papel na reforma do sistema eleitoral brasileiro. “Entendíamos que faltava uma homenagem a um homem dessa grandeza, capaz de discutir direito e todas as ciências sociais com profundidade. Essa foi uma obra fácil de coordenar, bastava convidar que o autor aceitava e agradecia”, contou. “É uma homenagem do Brasil a uma das grandes figuras da sua história”, finalizou Gandra.

Formado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, Velloso foi promotor de Justiça e juiz no estado, integrou o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e, em 1985, tomou posse como ministro do Tribunal Superior Eleitoral. Quatro anos depois, passou a integrar o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde permaneceu até 1990, quando foi indicado ao Supremo Tribunal Federal. Além de presidir o STF, também esteve à frente do TSE. Em 2006, ao completar 70 anos, se aposentou da Suprema Corte e voltou a exercer a advocacia.

*Com informações do STF e do Correio Braziliense