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Equilíbrio, prudência e União

31 de dezembro de 2008

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O avanço do conhecimento tecnológico nos vários setores da atividade humana e o relacionamento entre os países, notadamente nas transações comerciais, proporcionaram o cenário global que estamos presenciando, de tal forma que um fato ocorrido em um continente pode repercutir em outro.
Embora não queiramos, já estamos sentindo o início de uma crise econômica global iniciada em outro continente, conforme as afirmações e fatos seguintes.
O Diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional afirmou que a economia global pode cair em uma crise prolongada se os governos não implementarem os estímulos prometidos; o Presidente da China, por sua vez, declara que o mercado de trabalho em 2009 será, naquele país, impiedoso; e, segundo as notícias veiculadas pela imprensa, está se prevendo uma redução nas arrecadações públicas, o que poderá, em consequência, diminuir a manutenção do equilíbrio das contas públicas.
Por outro lado, em nosso País, o Presidente do Banco Central afirmou que podemos experimentar uma desaceleração do forte ritmo de crescimento que vínhamos ostentando. Várias multinacionais já demitiram empregados, ainda que, em alguns casos, sob temor da crise; outras preparam cortes nos investimentos; o Presidente da Vale iniciou uma pressão junto aos sindicatos e ao Governo objetivando a flexibilização temporária
das normas trabalhistas como forma de evitar a demissão em massa. Inegavelmente é a crise que se inicia no nosso País.
Ante o quadro que se apresenta entendemos que o processo de crise deve ser analisado de forma ampla para a adoção de medidas pragmáticas com a participação de todos os segmentos e órgãos governamentais, institucionais, empresariais, de forma a agirem unidos e em sintonia.
A História, essa “mestra da vida”, tem nos ensinado que nos momentos críticos surgem as grandes idéias, iniciativas e união de forças para superar os problemas.
Assim ocorreu na época da crise do café em 1929 e na década de 30, quando surgiram as primeiras conversações e movimentos de agropecuaristas paulistas com o intuito de unirem-se em um sistema associativista rural, surgindo assim a Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo, hoje a eficiente e dinâmica Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo – FAESP.
Desta forma estamos em um momento que exige união para ações globais, equilibradas e prudentes, de forma abrangente, envolvendo todos os segmentos da vida pública e privada, em busca de soluções conjunturais e estruturais, pois assim venceremos qualquer ameaça e/ou princípio
de crise.
Oportuno afirmar a enorme importância – nesta fase de preocupações, que podem redundar em incompreensões, desajustes e até conflitos – de confiarmos em nossos Tribunais e em nossos mestres das ciências jurídicas para as orientações à sociedade, bem como ao Poder Público e aos conflitos de interesses econômicos internacionais.
Os homens e mulheres, com as suas responsabilidades, menores ou maiores, devem manter a tranquilidade e a confiança em nossas autoridades constituídas e no valor da competência e do espírito criativo do Homem brasileiro. Assim agindo, essa crise internacional, cujos ventos já nos alcançam, não virá nos assolar.
Concluindo, reafirmamos e recomendamos equilíbrio, prudência e união, mantendo sempre a força construtiva do trabalhador.