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Instituição de Juizado dos Idosos

5 de junho de 2001

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Numa torrente de vocábulos será sempre insuficiente um unico esforço adstrito a solução da gama de problemas envolvendo as interesses daqueles que prepararam o mundo e a vida dos jovens de hoje.

Tal qual a noite surge, num piscar de olhos, de repente, logo após a por do sol, um relâmpago na eternidade, estreita as extremos nascituro-idoso.

Precisa, lúcida e bem vinda a determinante de propósitos que conheça o sentido da vida, na celeridade da demanda. A certeza desse luta, tive, quando em visita a uma casa geriatrica para colher impressao pessoal de um paciente cuja interdição fora pleiteada, lí, entao, em um cartaz, esta severa advertencia:

“Os jovens de hoje serao os idosos de amanha, e, os idosos de hoje foram os jovens do passado, repletos de sonhos, ilusoes, esperanças e realizações, que se diluíram no tempo continuo e inexoravel”.

Sem qualquer esforço na tarefa, chego a conclusão óbvia de que a eles pertencem o passado e, principalmente, o presente constituído na pretensão do melhor dos mundos. Se cansados e exauridos na sua maior força de trabalho, recua, treme e as vezes chora tangenciando a magnitude dos problemas agora insuperáveis. É PRECISO QUANTO POSSÍVEL, contemplá-los com amor e carinho na saude, no lazer, na qualidade de vida, e, na minha area, com proteção jurídica ampla e célere, para que ainda em vida possam usufruir de suas possíveis vitórias, o que não se constituiria em favor ou discriminação, mas direito fundamental, quão impostergável do homem.

Leis ja existem enfocando a questão, mas, ainda insuficientes para enfrentarem as soluções necessárias, com resultados imediatos na realidade pratica da vida do idoso.

No Judiciário, a criação DO JUIZADO DOS IDOSOS, afigura-se, em tese, forma apreciável de prestação jurisdicional, com rito, equipe e cartórios especiais.

É chegada a hora e a vez dos idosos. Que todos tenham os olhos sinceramente voltados para bem servi-los com especial atenção e o melhor de seus esforços dirigidos para a concretização desse ideal.

Afinal, na perspícua observação de uma venerável anciã cidada, JUDITH MERCADANTE, quando das comemorações jubilosas do “Ano Internacional dos Idosos”: “O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva e ter adquirido urna larga experiência. Ele é uma ponte entre o passado e o presente, assim como o jovem é uma ponte entre este e o futuro. É no presente que os dois se encontram”.

Que esta idéia-semente, e nao um preconício, aqui lançada, possa encontrar terreno fértil e, num lapso temporal que nao seja alongado, alcançar a sua germinação…

Ano Internacional do Idoso – Idosos ou Velhos?

Judith Mercadante

Idosa é uma pessoa que tem muita idade. Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. A idade causa degenerescência das células. A velhice causa degenerescência do espírito. Por isso, nem todo idoso é velho e há velho que ainda nem chegou a ser idoso. Você é idoso quando esta pronto a correr riscos. Voce é velho quando procura correr dos riscos. Voce é idoso quando sonha, voce é velho quando apenas dorme. Voce é idoso quando ainda aprende, voce é velho quando já nem ensina. Voce é idoso quando pratica esportes ou de alguma forma se exercita, voce é velho quando apenas descansa. Voce é idoso quando ainda sente amor, voce é velho quando só sente ciumes e possessividade. Voce é idoso quando o dia de hoje e o primeiro do resto de sua vida, você é velho quando todos os dias parecem o ultimo da longa jornada. Voce é idodo quando seu calendario tem amanhãs, você é velho quando seu calendário só tem ontens.

O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva e ter adquirido uma longa experiência. Ele é uma ponte entre o passado e o presente, assim como o jovem é uma ponte entre este e o futuro. É no presente que os dois se encontram.

Velho e aquele que tem carregado o peso dos anos e que, em vez de transmitir experiência as gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão. Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fossa que a separa do presente pelo apego ao passado.

O idoso se renova a cada dia que começa. O velho se acaba a cada noite que termina, pois enquanto o idoso tem seus olhos postos no horizonte, de onde o sol desponta e as esperanças se iluminam, o velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram.

O idoso tem pianos, o velho tem saudades. O idoso curte o que resta da vida,  o velho sofre o que o aproxima da morte. O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos. O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade.

O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças. Para ele, o tempo passa rapido, mas a velhice nunca chega. O velho cochila no vazio de sua vidinha, e suas horas se arrastam, destituídas de sentido.

As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso. As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.

Em suma, idoso e velho, duas pessoas que ate podem ter a mesma idade no cartório, mas tem idades bem diferentes no coração.