Lula: Expectativa e Esperança

30 de novembro de 2002

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(Editorial publicado originalmente na Edição 28, 11/2002)

A maioria do povo definiu sua preferência.

Por certo, essa maioria, alem das fundadas esperanças no novo governo, também aspira e deseja reais mudanças estruturais na administração pública, na política e, principalmente, no social.

Entretanto, não é a primeira vez que ocorre no País uma onda de esperança, como agora com a eleição de LULA.

Vale lembrar os idos de 1960, com a eleição de Janio Quadros, e mais recentemente a eleição de Fernando Collor.

A renúncia de Jânio, depois do governo triunfalista de Juscelino, trouxe uma profunda frustração, agravada com a politicagem impeditiva da posse do Vice, João Goulart, que somente assumiu o governo no regime parlamentarista, face os entendimentos de Tancredo Neves com os militares.

Novas esperanças surgiram com a eleição de Tancredo Neves, logo em seguida frustradas e desfeitas com a impossibilidade de sua posse e após, sua morte.

A eleição e posse de Collor foi também uma retomada de esperança, infelizmente destruídas logo no seu primeiro ato de governo, expropriando as economias do povo depositadas nos bancos e Caixa Econômica, findando melancolicamente seu governo, com as passeatas dos “caras pintadas” e sua cassação pelo Congresso Nacional.

A retumbante eleição de LULA, com mais de 50 milhões de votos, reacende as esperanças do povo, principalmente, para as camadas mais carentes e desprotegidas da sociedade. Oxalá que o prometido na campanha, principal­mente o efetivo combate a fome, ao desemprego, a melhoria e atendimento aos enfermos e necessitados da saúde pública, a educação em todos os níveis sejam implantados e postos em pratica.

Hoje, em todo o Brasil, com exceção dos empedernidos e derrotistas, há um clima de esperança em dias que efetivem na verdade os planos e desejos do novo Presidente.

Entretanto, existem também as expectativas de dificuldades e agruras ­face a difícil situação econômica por que passa o erário público.

Assim, esperanças não faltam. O nosso pendão auriverde está tremulando com a vitória de LULA. A afirmação de credibilidade dos valores democráticos em direção de uma realização governamental solidaria e humanista, escondem e suplantam dúvidas e sombras aflitas a serem esclarecidas.

Apesar de haver uma expectativa de incerteza para o futuro e que pelas circunstancias se torna um desafio, entretanto, não obscurece a esperança, que esta viva no apelo votante dos humildes. Basta LULA não trair a democracia que o elegeu.