O apagão energético

13 de julho de 2007

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(Editorial originalmente publicado na edição 84, 07/2007)

Homenageamos, no frontispício desta edição, a figura do renomado engenheiro Jerson Kelman, Diretor-Geral da ANEEL, cientista de renome internacional no setor de águas e energia, detentor do maior galardão do gênero, o troféu “THE KING HASSAN II GREAT WORLD WATER PRIZE”, de quem publicamos importante e oportuna matéria de alta qualificação, e que reflete a eminente gravidade dos perigos que se avizinham de previsível apagão energético, caso a construção das hidroelétricas ou outras opções energéticas não sejam conduzidas com lógica, bom senso e rapidez.

São inúmeros os pronunciamentos de personalidades mais significativas abordando o problema da falta de energia em futuro muito próximo, enquanto, infelizmente, discute-se a questão ambiental na construção das hidroelétricas.

Sobre a matéria, a Ministra Ellen Gracie, Presidente do STF, nos autos do licenciamento da Usina Belo Monte, no Rio Xingu, preocupada, também se pronunciou: “Considerando relevante o argumento no sentido de que a não-viabilização do empreendimento, presentemente, compromete o planejamento da política energética do país e, em decorrência da demanda crescente de energia elétrica, seria necessária a construção de outras usinas na região com ampliação em quatorze vezes da área inundada. A proibição ao IBAMA, parace-me invadir a esfera de discricionariedade administrativa, até porque repercute na formulação e imple-mentação da política energética nacional”.

Vem de longe a reclamação do empresariado nacional, tanto da Confederação Nacional da Indústria, por seu presidente Armando Monteiro Neto, como da Confederação Nacional do Comércio, pelo presidente Antonio Oliveira Santos, conforme artigo que publicamos nesta edição, contra os percalços e protelações que estão impedindo a construção de novas usinas, face o perigo eminente da falta de energia muito proximamente, com prejuízos econômicos e sociais, evidentes e indiscutíveis.

Os óbices levantados pelos que defendem indiscriminada-mente o meio ambiente – inclusive sem racionalidade própria, face a situação em que o país se encontra no tocante aos problemas futuros que advirão da falta de energia – têm de ser enfrentados com a razoabilidade já demonstrada pela competên-cia dos inúmeros e competentes técnicos que se encontram no país, experimentados e vitoriosos pela implantação do sistema energético que desfrutamos já há décadas.

Diante dos fatos e previsões calamitosas, não resta ao governo federal – responsável absoluto do assunto e alertado da gravidade – outra providência que não seja, de imediato, designar agentes técnicos experientes e competentes, sob o comando dessa mulher extraordinária, Dilma Roussef, Ministra Chefe da Casa Civil da Presidência, para, conjuntamente com o Diretor-Geral da ANEEL, Jerson Kelman, e outros experimentados conhecedores da matéria, encontrarem a solução rápida e urgente que a questão exige e impõe, a fim de salvar a Nação do colapso que se avizinha – ainda é tempo!