SAFE: em prol do indivíduo e do coletivo

17 de agosto de 2015

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Segurança em primeiro lugar. Um antigo lema que não perde a sua atualidade e importância, sobretudo em metrópoles cujos desafios ganham dimensões proporcionais à sua grandeza e pujança. Pois a cidade do Rio de Janeiro, que vive momento único em sua história, no que tange aos avanços vistos na sua mobilidade urbana, em breve terá um significativo reforço em prol do indivíduo e do coletivo (do transporte coletivo, inclusive). A Federação dos Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) está lançando o Sistema de Acompanhamento de Frota em Emergência (SAFE), que visa mapear tanto a criminalidade quanto os atos de vandalismo ocorridos nos ônibus municipais e intermunicipais do estado. O sistema, pioneiro no País, foi lançado em julho deste ano pela Fetranspor, em parceria com o Disque-Denúncia e os órgãos de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro buscando a padronização das denúncias feitas pelas empresas de transporte do Rio, através de seus funcionários.

Ainda antes do SAFE, a Fetranspor já havia desenvolvido, junto a órgãos de segurança pública do estado e concessionárias de ônibus, o Sistema de Comunicado de Assalto a Ônibus – CAO, que pretendia promover a agilidade e a interação na troca de informações entre as empresas operadoras do sistema, o Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP) e a Polícia Militar. “No entanto, vimos a necessidade de melhoramento da ferramenta, não só registrando os assaltos, mas também os atos de vandalismo, como depredações e incêndios”, segundo Felippe Da Cás, consultor de análises econômicas da diretoria de mobilidade urbana da Fetranspor. E como estão divididas as funções entre Fetranspor e Disque-Denúncia? Felippe explica: “A Federação disponibiliza a infraestrutura e os dados cadastrais e georreferenciados das linhas e dos pontos de ônibus. E o Disque-Denúncia disponibiliza a infraestrutura e o sistema de captação de informa­ções, assim como uma equipe trabalhando 24 horas, 7 dias por semana, com toda a experiência no serviço de atendimento.”

Em linhas gerais, a ideia do SAFE é servir como suporte de inteligência às autoridades de segurança competentes, para que estas possam garantir a integridade dos passageiros e também dos que trabalham nas diversas linhas de ônibus distribuídas pelos 43. 780,172 km² do estado fluminense. E para receber as queixas e encaminhá-las ao Disque-Denúncia, no máximo 12 horas após a ocorrência, foi escalado o chamado Gestor SAFE. “Ele é o responsável pela capacitação interna dos demais profissionais participantes (motoristas, cobradores, superintendentes, fiscais ou despachantes) e pela divulgação do serviço na empresa”, diz Felippe. As denúncias do gestor ficarão à disposição para consulta no SAFE. O profissional ainda deverá inserir em cada ocorrência, fotos e vídeos anexados às informações textuais, material que será disponibilizado simultaneamente a todos os organismos de segurança pública do Estado (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Instituto de Segurança Pública – ISP).

O sistema está sendo implantado neste momento em duas fases. A primeira, cujo lançamento ocorreu no dia 1o de julho de 2015, compreende os 17 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro. Da Cás lembra que “a universalização quase completa do cadastro georreferenciado das linhas municipais e intermunicipais contribuiu para a escolha.” E ainda para este ano espera-se a implementação da fase 2, que abrange os demais municípios do Estado, localizados no interior fluminense. Além disso, como parte do projeto, foi criado o site
safe.fetranspor.com.br, onde o usuário é previamente cadas­trado pela equipe gestora do SAFE/Fetranspor. Em relação às empresas, estas poderão buscar na página somente por informações referentes às mesmas, através de uma listagem das ocorrências e de um mapa de calor (mancha criminal) que possibilitará visualizar geograficamente as suas linhas. Por outro lado, as instituições de segurança pública poderão ver toda a listagem de ocorrências
em detalhes, além da “mancha criminal”, através do mapa de calor.

Diante dos crescentes riscos associados às atuais instabilidades política e econômica do País, aproximando-se o acontecimento dos Jogos Olímpicos do próximo ano, é elevada a expectativa de um recrudescimento dos protestos nas ruas com consequentes ondas de depredações de coletivos. Desta forma, a prevenção também é vista pela Fetranspor como um dos principais objetivos dessa nova ferramenta, auxiliando as instituições de segurança pública no planejamento e na inteligência de ações, coibindo, assim, eventuais atos de vandalismo. E o Sistema de Acompanhamento de Frota em Emergência deve ser estendido, em um futuro próximo, para os usuários dos ônibus, através de um programa ainda em fase de testes. “Estamos aprofundando o sistema com um projeto piloto, onde os clientes poderão reportar, em tempo real, por meio de aplicativos interativos para smartphones, as possíveis ocorrências nos ônibus, estações e terminais de passageiros”, finaliza Felippe.

Segundo dados da Fetranspor sobre a estimativa de perda através das danificações em ônibus no Estado do Rio de Janeiro, houve 1.251 depredações e 537 incêndios entre os anos de 2000 e 2015. Foram 1.788 ocorrências no período, portanto. Um prejuízo acumulado de R$ 123.539.786, 7 nos últimos 15 anos.

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