Sociedade tem que emergir melhor da pandemia

10 de setembro de 2020

Vice-Presidente de Operações e Relacionamento da Qualicorp

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O combate à pandemia de covid-19, que assola o mundo e o Brasil, exigiu e ainda exige ações por parte de toda a sociedade. O impacto se fez sentir, além das milhares de mortes e casos confirmados, nas restrições às atividades, nas demissões e na queda da renda de milhões de famílias. Diante desse cenário, cidadãos, empresas e instituições públicas e privadas vêm somando forças com o objetivo de mitigar o sofrimento da população. Essa crise vai passar. Mas, enquanto não passa, o momento é de união contra o inimigo comum: o novo coronavírus.

Trata-se de uma das piores pandemias de todos os tempos. Só no Brasil, desde a primeira morte confirmada em decorrência da doença, em março deste ano, já foram registrados mais de 120 mil óbitos. Tudo isso em menos de seis meses. Nesse período, presenciamos uma esperançosa onda de solidariedade com o luto de todas essas famílias e também com aqueles que contraíram a doença – já são mais de 3,8 milhões de casos confirmados até o momento. Diante dessa crise, o setor de saúde se tornou um dos principais aliados no combate à doença.

A saúde representa cerca de 10% do PIB nacional e é a segunda maior empregadora do País, responsável pela fonte de renda de mais de seis milhões de brasileiros. São aproximadamente seis mil hospitais públicos e privados para atendimento de cerca de 210 milhões de habitantes. Esse mesmo setor da saúde se uniu, atrelou esforços e se alinhou a todas as esferas de governo para prestar auxílio à sociedade brasileira, com a doação de mão de obra, insumos básicos, equipamentos, subsídios para a construção de hospitais de campanha e para a reativação de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), além de reunir grupos de trabalho para dar apoio à destinação dessas doações e à realização de pesquisas, inclusive para vacinas.

Grave como possa ser a atual situação do Brasil em meio a essa pandemia, o trabalho dos profissionais da saúde tem contribuído muito para evitar que o cenário fosse ainda mais caótico. Eles e as instituições de saúde estão na linha de frente a serviço da população nessa guerra contra o novo coronavírus. Parte da estratégia de guerra também é preparar o cenário para quando ela tiver sido vencida – porque vamos vencê-la!

Outro ponto que merece destaque é o papel do Poder Judiciário durante a atual crise, principalmente nos temas relacionados à saúde. Durante uma situação de calamidade é comum ocorrer o aumento das disputas levadas ao Judiciário, mas a judicialização não é boa para ninguém, inclusive para o consumidor. Nosso poder Judiciário tem atuado para fomentar a mediação e a conciliação pré-processual com brilhantismo. Essas ferramentas, que são acessíveis e imprimem agilidade nas tratativas com o cliente, contribuem muito para resolver a demanda do consumidor e, consequentemente, evitar o aumento da judicialização.

Para gerar um equilíbrio entre as partes, é essencial buscar todos os meios existentes para resolver a demanda do cliente. Trabalho, este, que vem sendo muito bem desenvolvido pelos profissionais que atuam na esfera judicial do nosso Estado. Com isso, todos saem ganhando, principalmente o consumidor. As boas empresas atuam para diminuir os acionamentos judiciais e para melhorar a resolutividade por meio de canais alternativos de solução de conflitos. E mais: as melhores empresas trabalham sem parar para superar as expectativas dos seus clientes e assim zerar todas as demandas e reclamações.

As crises nos ensinam muitas coisas, mas essa pandemia ensinou mais. Ensinou que o exercício da solidariedade, a necessidade de humanização e a mostra de união são conceitos que entraram definitivamente para o repertório moral da sociedade, e terão de ser observados no dia a dia. Não há verdadeira prosperidade e harmonia social sem apoio para que as desigualdades sejam, se não eliminadas, pelo menos atenuadas.

Ajudar o próximo é a lição. Um aprendizado que vai se tornar uma tendência incorporada na cultura das empresas e uma sinalização de que o sentimento de esperança vai prevalecer. É hora de despertar mudanças e dar um novo significado àquilo que já existe, para que novas perspectivas de valorização e atuação possam surgir, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sairemos dessa crise sem precedentes mais solidários e mais unidos.