Edição 291
Uma noite para celebrar a justiça, a ética e a cidadania
8 de novembro de 2024
Tiago Santos Salles Editor-Executivo
Em 22 de outubro, estivemos mais uma vez reunidos no Salão Nobre do Supremo Tribunal Federal para realizar a entrega do Troféu Dom Quixote & Sancho Pança, distinções criadas pelo jornalista Orpheu Salles, para homenagear as personalidades do mundo jurídico que mais se destacam em defesa da ética, da justiça e dos direitos da cidadania. Embora a cerimônia ocorra há 25 anos, é sempre um momento especial, de renovada alegria, e de confirmação dos excelentes relacionamentos que tenho o privilégio e a honra de manter com aqueles que são homenageados.
Este ano, porém, foi diferente. Especialmente para celebrar as bodas de prata da nossa revista, criamos a Medalha Justiça e Cidadania 25 Anos, que foi entregue a 44 pessoas. Os nomes dos agraciados foram escolhidos por, de modo muito especial, fazerem parte da história de sucesso da publicação. Seja pela contribuição editorial, pelo apoio dado em nossos eventos ou simplesmente pelo amplo suporte que eles têm nos dado ao longo dessa trajetória.
Como disse antes de iniciar a entrega dos troféus, a cerimônia é sempre emocionante para mim, por me fazer lembrar que estamos mantendo viva a chama que meu pai, Orpheu Santos Salles, teve a iniciativa de acender para iluminar os caminhos do diálogo democrático, na luta perpétua pela justiça, ética e liberdade. É claro que este momento se tornou ainda mais sublime por celebrar o aniversário da revista por ele criada, como instrumento fundamental para levar adiante o compromisso de toda uma vida.
A entrega dos troféus Dom Quixote e Sancho Pança é uma iniciativa que complementa a proposta de trazer mais luz para o Poder Judiciário nacional, destacando aqueles que, assim como os personagens criados por Miguel de Cervantes, enfrentam os desafios diários com determinação para transformar o mundo em um lugar mais equânime e justo para todas as pessoas. Gosto sempre de lembrar que quando Orpheu escolheu estas duas consagradas figuras da literatura mundial para nomear as premiações, inspirou-se na bravura de Dom Quixote, que tinha coragem para enfrentar os obstáculos que se interpusessem no caminho. E em Sancho Pança, o fiel escudeiro, em quem enxergou a essência do verdadeiro companheirismo. Meu pai tinha fé no poder transformador da honestidade e da amizade. E este foi um dos mais importantes legados que recebi dele.
Hoje, eu vejo que essas duas iniciativas – a revista e a premiação – se mesclam e se complementam para que possamos dar continuidade à missão de perseverança e ética abraçada por Orpheu há tanto tempo. Cada uma, a seu próprio modo, cumpre o papel de valorização do Sistema de Justiça brasileiro. A Revista Justiça & Cidadania se tornou o espaço onde o Judiciário e a sociedade podem dialogar, se converteu em uma espécie de tribuna para vozes diversas, para o aprofundamento do debate jurídico e para a construção de um Brasil mais igualitário. Por sua vez, os troféus reconhecem o mérito daqueles que são os pilares de sustentação deste Poder da República. São aqueles que, diuturnamente, fortalecem a justiça brasileira e a defesa dos direitos civis. E que, com perseverança, tal qual a do Quixote de Cervantes, seguem batalhando contra as injustiças, em nome de um país soberano.
Por todos esses motivos, e em nome do imenso sentimento de gratidão que carrego em meu coração – pelo que recebi de meu pai e continuo a receber de todos aqueles com que interajo na carreira que abracei –, é que deixo registradas aqui também as palavras que pronunciei na última cerimônia de premiação.
Primeiramente, quero lembrar que esta trajetória não seria possível sem a ajuda de minha incansável parceira, que é uma mistura da fidelidade do Sancho Pança e a graciosidade e beleza da Dulcinéia, minha querida Erika Branco, responsável por editar ininterruptamente as edições mensais da publicação. Mas é em nome de toda a equipe da Revista e do Instituto Justiça & Cidadania, e com grande emoção e orgulho, que agradeço a confiança que recebo daqueles que, com alegria, posso chamar de amigos. Todos vocês são merecedores de admiração, seja pela moral ou pela retidão com a qual conduzem a vida, mas principalmente pelas renúncias que praticam todos os dias na defesa da manutenção do Estado Democrático de Direito.
Expresso meu desejo de que possamos continuar juntos nesse caminho, unidos pela firme convicção de que estamos do lado certo da história. De que estamos ajudando a construir um mundo em que todas as pessoas tenham mais oportunidades e possibilidades de realizar seus sonhos.
Conteúdo relacionado: