Edição

Vamos Soprar a Brasa

28 de fevereiro de 2003

Compartilhe:

(Editorial originalmente publicado na edição 31, 02/2003)

A fé, o amor e o patriotismo, para continuarem vivos e atuantes, têm e devem ser cuidados como a brasa, que mais se acende e ilumina quanto mais se sopra.

Assim como se combate a descrença com a fé, onde há amor não prospera o ódio e a violência e onde se cultiva o civismo, a ética, a moralidade e o patriotismo não se propaga nem frutifica a indignidade, a desonestidade e a corrupção.

A crescente frequência aos templos católicos e evangélicos demonstram claramente o anseio da população que, na busca da fé e esperança contra a descrença, impingida pelos maus exemplos e pregação continuada da depravação, imoralidades e costumes desprezíveis, difundidos com plena licenciosidade e  despudor pelas televisões e meios de comunicação.

Os 20 anos de pregação do metalúrgico e sindicalista LULA, aliado a sua conduta pessoal correta, ilibada e precedida de um proselitismo continuado e transmitidos nos meios sindicais e campanhas políticas pelo Partido dos trabalhadores, de forte cunho moral e ético, combatendo e denunciando incessantemente a corrupção, o apadrinhamento e as sinecuras promovidas pelos governantes, aliada a clamorosa desigualdade social, aprofundada pela miséria dos desamparados, com a fome de 25 milhões de desassistidos, tinha efetivamente que produzir a revolta que desaguou na onda de esperança que levou os milhões de brasileiros a votarem em LULA.

O ditado “soprar a brasa” vem muito a propósito do que ocorre atualmente no País, no tocante aos sentimentos de grandes esperanças depositadas no novo Presidente e às críticas que já começam a espoucar em vários setores, inclusive com oposição no próprio Partido dos Trabalhadores.

Os fatos e acontecimentos estão a demonstrar – no interesse da Nação – a necessidade da tomada de posição, de medidas e providências pelos responsáveis e formadores de opinião, em geral, para que as esperanças da população, expressada pela maciça confiança depositada em LULA, com os 53 milhões de votos, não venha se converter em outra nova e derradeira frustração do povo.

Diante do que ocorre e para que a esperança continue firme no coração da população, principalmente daqueles que votaram acreditando nas mudanças com melhores condições de vida, é imprescindível que todos, indistintamente, independente de terem sufragado ou não o candidato LULA e também aqueles empedernidos críticos, adversários ou opositores, concedam ao novo governo a oportunidade para poder aplicar na realidade, tudo quanto pregaram, lutaram e acreditam poder fazer.

O momento e a hora, independente de credo, filosofia, doutrina ou política, é de “soprar a  brasa”, para que a fé e a esperança continue firme e arraigada naqueles que esperam mudança, bem como e também, nos outros que não acreditaram na pregação do operário-metalúrgico, afim de que todos fiquemos irmanados no desejo de dias melhores, pois o que está em jogo não é somente a esperança, mas sim o futuro da Nação.

Portanto, vamos acreditar e “soprar a brasa” da fé  e da esperança, rezando para que o governo de LULA dê certo.