XIX Troféu Dom Quixote

31 de janeiro de 2010

Da Redação, por Giselle Souza

Compartilhe:

Recife festejou, no Plenário do Tribunal de Justiça do Estado, a XIX solenidade de outorga do Troféu Dom Quixote, promovida pela Revista Justiça & Cidadania e a Confraria Dom Quixote. Foram homenageadas importantes e conceituadas personalidades do Judiciário e da sociedade pernambucana.
Presidida pelo Desembargador Jones Figueirêdo Alves, Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a mesa foi composta pelo Procurador Geral do Estado, Dr. Francisco Tadeu Barbosa de Alencar, representando o Governador do Estado; pelo  Reverendíssimo Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife D. Antônio Fernando Saburido; pelo Editor da Revista Justiça & Cidadania e Condestável da Confraria Dom Quixote, Sr. Orpheu Santos Salles e pelo Diretor da Revista Justiça & Cidadania, Sr. Tiago  Salles.
Após entoado o Hino Nacional, o presidente da mesa, Desembargador Jones Figueirêdo, convidou a pronunciar-se o jornalista Orpheu Santos Salles, que falou da atualidade da história de Dom Quixote e sobre como a sua presença se faz sentir entre nós como era para os seus contemporâneos, quando percorria os ensolarados caminhos da Espanha, acrescentando:
“Dom Quixote nos transmite uma lição de purificação do mundo pelo heroísmo, não por um heroísmo de tipo hercúleo, mas de outro feito de fé intangível, de pureza perfeita e de um atributo que a todos define: o dom de si mesmo. O dom de si mesmo salva o Quixote e o faz triunfar dos seus fracassos e enganos pelo exemplo que deixou sementado na consciência dos tempos seguintes.
Este mundo de hoje reclama a volta de Dom Quixote pela busca da pureza, da fidelidade, do amor, da coragem, da renúncia, da dignidade e da determinação, por sentir que sem isso a sua vida  não teria sentido. De todos os lados, sob os mais variados e diversos nomes e as mais contraditórias aparências, o que o homem dos nossos dias pede e reclama, e que ansiosamente espera, é o retorno de Dom Quixote.
O espírito do Quixote se incorporou à alma brasileira no cadinho das raças, tipificadora da união fraternal que deve reinar entre as nações. Constituímos um povo altruísta, generoso, cultor do amor, alegre e disposto à vida digna nos padrões ético e morais  perseguidos por Quixote, sem abandonar o senso pragmático de Sancho Pança —  eterno personagem do teatro da vida, que nos deixa, pela extrema fidelidade ao seu patrão, o exemplo marcante desse sentimento ao recusar o reino de uma ilha pela traição a Dom Quixote: ‘Não posso deixá-lo, tenho que segui-lo. Somos da mesma aldeia, tenho comido do seu pão, quero-lhe bem, sou-lhe agradecido, deu-me as crias da sua égua, e, sobretudo, sou fiel. Portanto, é impossível que nenhuma outra circunstância nos separe, a não ser a pá e a enxada do coveiro’.
Foi diante dessas sábias considerações que a editoria da Revista e a Confraria Dom Quixote resolveram instituir como símbolos dogmatizando as figuras de Dom Quixote de La Mancha, pelos ideais consagrados, e de Sancho Pança, pelos propósitos de fidelidade,  o que se coaduna com a postura cotidiana  do magistrado e todos quantos aplicam na vida os mesmos princípios esposados nas criações de Miguel Cervantes de Saavedra.”
Em seguida ao pronunciamento de Orpheu, o Presidente passou a palavra ao Diretor da Revista, Tiago Salles, que iniciou a outorga dos troféus, chamando a Dra. Renata Figueirêdo Alves para entregar do Troféu Sancho Pança ao seu pai, Desembargador Jones Figueirêdo Alves, Presidente do Tribunal de Justiça de Pernbambuco. Dando sequência, a Sra. Darcy Nunes fez a entrega do Troféu Dom Quixote ao seu esposo, Desembargador Jovaldo Nunes; seguindo-se a Sra. Desembargadora Helena Caúla, para fazer a entrega do Troféu Dom Quixote ao Desembargador Nildo Nery, ex-presidente do TJPE e Presidente da Associação Beneficiente Criança Cidadã; seguido do Ministro aposentado do STJ, Demócrito Reinaldo, que fez a entrega do Troféu Dom Quixote ao seu filho, o Juiz de Direito Demócrito Reinaldo Filho; seguido da Sra. Irma da Nóbrega Targino que fez a entrega do Troféu Dom Quixote ao seu marido, Juiz de Direito João Rocha Targino;  seguido do empresário Fernando Mendonça Filho, que fez a entrega do Dom Quixote ao seu pai, Fernando Mendonça, empresário e um dos patrocinadores da Associação Beneficiente Criança Cidadã e da Orquestra Criança Cidadã dos meninos da Favela do Coque;  seguido da Sra. Maria José que fez a entrega do Dom Quixote ao seu ilustre filho, Desembargador Alexandre Assunção; o Dr. Leonardo Campos fazendo a entrega do Dom Quixote ao seu digno pai, Desembargador José Fernandes; a Sra. Maria de Lourdes entregando o Dom Quixote ao seu ilustre marido, Desembargador Fausto Campos; o Vice-presidente, Desembargador Bartolomeu Bueno recebeu o troféu Dom Quixote das mãos de sua esposa, ilustre Dra. Glória Maria Barbosa Bittencourt; o Dr. Leopoldo Junior entregando o troféu Dom Quixote ao seu pai, Desembargador Leopoldo de Arruda Raposo; a Dra. Tania Sena entregando o Troféu Dom Quixote ao seu ilustre esposo e poeta, Desembargador Josué Fonseca de Sena; o Desembargador Jones Figueirêdo entregado o Dom Quixote ao seu prezado amigo Desembargador Antonio de Melo e Lima; o editor da Revista, Orpheu Santos Salles, fazendo a entrega do Troféu Dom Quixote ao Arcebispo de Olinda e Recife Dom Antônio Fernando Saburido.

Ao final, o Diretor da Revista, Tiago Salles, prestou homenagem aos desembargadores Fernando Cerqueira, que entregou o Troféu Dom Quixote ao Desembargador Adalberto de Oliveira Melo; e Nivaldo Mulatinho, que recebeu o Troféu Dom Quixote das mãos do Chefe do Cerimonial do TJPE, Dr. Silas da Costa e Silva, seus companheiros no “International Judicial Training Program” realizado na Universidade da Georgia.
Ao final da entrega dos troféus, o Desembargador Jones Figueirêdo, incumbiu o ex-presidente do Tribunal da Justiça, Desembargador aposentado Nildo Nery, a falar em nome dos homenageados, tendo Sua Exa. feito uma retrospectiva do Programa Criança Cidadã, criado em fevereiro de 2000, quando ele assumiu a Presidência do Órgão, como um desafio de tirar as crianças das ruas do Recife, o que representou a maior ação social desenvolvida no âmbito do Judiciário estadual, aglutinando outros órgãos públicos e a iniciativa privada, tendo continuidade através da Associação Criança Cidadã, mantenedora da Orquestra Meninos do Coque e de outras favelas na comunidade do Caiçara.
Após, o arcebispo de Olinda e Recife, D. Fernando Saburido, falou da honra em participar da solenidade no Palácio da Justiça e ser agraciado com o Troféu Dom Quixote, agradecendo a distinção da homenagem concedida pelo Tribunal de Justiça em conjunto com a Confraria Dom Quixote e a Revista Justiça & Cidadania.
Encerrando a cerimônia, o Desembargador Jones Figueirêdo ressaltou a importância dos troféus Dom Quixote e Sancho Pança, pela representatividade dos exemplos de ética, dignidade, coragem, renúncia e determinação, cujos princípios se coadunam com o apostolado dos magistrados, pela plena abnegação, lealdade e luta na aplicação do direito, agradecendo a participação na presente edição da festividade conjunta com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, com a Confraria Dom Quixote e a Revista Justiça & Cidadania.