A Confraria Dom Quixote e a Revista Justiça & Cidadania realizaram em São Paulo, no teatro do CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola –, solenidade de outorga dos troféus Dom Quixote e Sancho Pança, revivendo numa noite festiva e alegre as aventuras das figuras criadas por Miguel de Cervantes e Saavedra, que foram explicitadas pelos oradores da efeméride com vigor e dramaticidade cultural, expressando o sentido da brilhante festividade.
Vale relembrar, face o feliz e oportuno acontecimento, que há 400 anos, em La Mancha, na Espanha, o escritor Miguel de Cervantes escreveu um livro – destinado a criticar a cavalaria – que se tornou, pelo enredo e lances descritos pelo autor, uma das mais importantes obras da literatura universal, senão a mais importante, cuja narrativa, por seus aspectos dramáticos, cômicos, trágicos e inverossímeis, se tornou, na verdade, um hino de coragem, amor, ética, moralidade, renúncia e determinação através do sonho sublime de um aventureiro, que tenta pela sua bendita loucura encontrar a sublimação da vida.
Os preceitos que o cavaleiro Dom Quixote deixou nos transmitem uma lição de purificação do mundo pelo heroísmo; não por um heroísmo hercúleo, mas de outro feito, de fé intangível, de pureza perfeita e de um atributo que a todos define – o dom de si mesmo. O dom de si mesmo salva o Quixote e o faz triunfar dos seus fracassos e enganos pelo exemplo que deixou semeada a consciência dos tempos seguintes.
O ministro Massami Uyeda, na presidência da mesa, bem como o senador Bernardo Cabral, chanceler da Confraria, expuseram os objetivos da festividade, que visava congregar as ilustres personalidades que seriam outorga-das por serem merecedoras do laurel e terem se destacado nos projetos e lutas em defesa da moralidade e dos direitos da cidadania.
Após a outorga dos troféus às respectivas e conceituadas personalidades, como apresenta-das nas fotos da recepção, falaram o ministro Massami Uyeda, o senador Bernardo Cabral, e, em nome dos agraciados, o professor Ney Prado – todos se referindo ao sentido da pregação cervantina legada por Dom Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança, impregnada de exemplos e lições de civismo, moralidade, ética, coragem, amor, renúncia e determinação, com conotações à realidade dos dias que vivenciamos.
Complementando a outorga dos troféus, o editor da Revista, Orpheu Salles, fez referências aos homenageados, agradecendo inicialmente ao presidente do CIEE, Paulo Nathanael, pela cessão do teatro para a realização do evento, e inclusive ao dirigente executivo do entidade, Luiz Gonzaga Bertelli, ressaltando os trabalhos desenvolvidos pela instituição em benefício do ensino e da profissionalização da juventude; fez, também, referências elogiosas ao ministro Sidney Sanches, pelos ensinamentos jurídicos que deixou durante a sua judicatura no Supremo Tribunal Federal e exemplos que semeia aos jovens operadores do Direito que seguem as lições de emérito jurista; a Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, pela fibra e coragem invulgar com a qual defende os interesses da indústria brasileira – que se confunde com o desenvolvimento da economia nacional –, merecedor da homenagem prestada, que realça um homem ético, inteligente, que sabe pensar alto e com desassombro na luta para construir o Brasil melhor sonhado por nós. É um verdadeiro cavaleiro-andante da verdade, um moderno Dom Quixote, menos preocupado em destruir moinhos de vento do que conquistar e repartir, fraternalmente, com todos os brasileiros, os seus legítimos sonhos de um mundo no qual haja mais justiça e desenvolvimento.
À satisfação, também, de homenagear um homem público digno e inteligente, o atual secretário de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, herdeiro de um dos grandes e saudosos vultos da política paulista, seu avô – o conselheiro, vereador e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Marrey Junior.
À honra de outorgar o troféu a uma mulher extraordinária, desembargadora Marly Marques Ferreira, presidente do Tribunal Regional Federal de São Paulo, que, além dos dotes de magnífica magistrada e consagrada administradora, conseguiu dotar o Tribunal que preside com a instalação de emissora de rádio e televisão.
É de ressaltar as homenagens que se prestam com as entregas do troféu Dom Quixote aos ilustres e dignos magistrados, Desembargadora Federal Vera Lúcia Jucovski e Desembargador Federal Paulo Cotrim, que honram com inteligência e cultura jurídica a judicatura do Tribunal Regional Federal da 3a Região.
Os colaboradores que enriquecem a Revis-ta com seus artigos, a professora Samantha Mayer-Pflug, o estimado jurista e professor Renato Ferrari, o Juiz de Direito Valter Mena e mais o ilustre advogado Ruy Altenfelder, que receberam com homenagens e alto apreço o troféu, e ainda, engrandecendo a Confraria Dom Quixote.
O estimado professor Ney Prado, que, com méritos e sem presunção, recebeu a outorga do troféu Dom Quixote, falou em nome dos agraciados com glamourosa e culta eloqüência, e já impregnado com os ideais quixotescos, proferiu brilhante oração, lecionando com competência sobre os predicados e dogmas de Dom Quixote, Sancho Pança e os contrastes daquela época e a realidade dos tempos atuais.
A outorga do troféu Sancho Pança, símbolo da fidelidade ao Quixote, foi entregue com honraria maior ao mestre e jurista Ives Gandra Martins, que honra a Confraria pela constância na luta de seus e iguais princípios e ideais que nortearam a criação de Cervantes, e, ainda, pela participação efetiva no Conselho Editorial da Revista Justiça & Cidadania.
Igualmente merecedor do troféu Sancho Pança, o denodado defensor do desenvolvi-mento da agricultura, o estimado Fábio Mei-relles, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, cuja presença é honrosa e constante na Confraria Dom Quixote.
A homenagem ao eminente professor de Direito, Deputado Federal Michel Temer, simboliza, também, com a outorga do troféu Sancho Pança, o alto apreço, respeito e admiração ao digno representante do povo paulista no Congresso Nacional, onde sua atuação política e parlamentar se fundamenta na fidelidade resoluta aos princípios éticos dignos, e em especial, nos exemplos de moralidade pública que semeia naquele legislativo.
Merece destaque a entrega do troféu Dom Quixote ao consagrado líder do empresariado e presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Abram Szajman, que acumula também as direções do SESC e Senac, onde são prestados relevantes serviços a centenas de milhares de jovens, que são ensinados e adaptados para a vida profissional, além de cerca de 450.000 pessoas que semanalmente são atendidas nas 31 unidades do SESC-SP. O idealismo de Abram Szajman se coaduna e se ajusta bem na aplicação prática dos princípios os quais Dom Quixote deixou para a posteridade.
O ministro Massami Uyeda, ao receber o troféu Sancho Pança pelas mãos de sua esposa, senhora Emico Uyeda, foi saudado como um cidadão que, além de honrar as letras jurídicas e ser exponencial na Corte do Superior Tribunal de Justiça, é um dos descendentes dos emigrantes que aportaram no Brasil, ao tempo que se comemoram 100 anos da emigração japonesa, e serve de exemplo da feliz e boa aclimatação das raças que se fundiram no Brasil.
Benditos sejam Dom Quixote de La Mancha e seu escudeiro Sancho Pança, que propiciaram a magnífica festividade.