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Exemplos que marcam

14 de junho de 2016

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Os tristes acontecimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos marcaram indelevelmente a população pelos deploráveis exemplos deixados gravando os descaminhos da imoralidade, que precisa ser apagada e superada. 

A esperança tem de ser restaurada e seguida para que a honestidade e a dignidade voltem a imperar no país, esquecendo as truculentas barbaridades cometidas contra o povo e a Nação, que têm de ser substituídas com a frutificação de bons exemplos de irretocável conduta em benefício da sociedade, que se queda angustiada e perplexa com as desgraças que têm afligido o Brasil na última década.

Rememorando o passado recente, vem-nos à mente a lapidar frase proferida pelo magnífico jurista Carlos Ayres Britto, ao condenar um governante de Brasília, pego em infamante crime: “há gente que sai preso do palácio para a cadeia e sobe na vida para cometer barbaridades”.

A memória lembra também a frase infeliz e desprimorosa do boquirroto ex-presidente da República, ao indicar candidata à presidência da Nação, quando tratou-a com desfaçatez e humilhação, como se a Chefia do Governo do Brasil pudesse ser desconsiderada como fosse um poste.

Pode-se, também, entender democraticamente o espernear dos opositores contra os legítimos resultados acontecidos no transcorrer do processo do impeachment na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, mas o que não se pode desconhecer é a existência do artigo 86 da Constituição Federal, que condiciona o crime de responsabilidade ao explicitado no artigo 5o, que dispõem: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

A presidenta Dilma Rousseff merece todo carinho e respeito devido à sua condição de mulher e, especialmente, como presidente da República, entretanto, no exercício da magnificência do cargo, não pode se prestar a sair da opulência da representatividade de presidente da República, se deslocando do Palácio em Brasília para São Paulo com o aparato cerimonial que lhe é devido, para se solidarizar com um delinquente que acabava de ser conduzido preso para depor no inquérito do Lava Jato. 

Há de haver recato na alta função que exerce.

Também não são louváveis as manifestações de crítica e repúdio da Presidente Dilma Rousseff aos outros poderes da República, o Legislativo e o Judiciário, principalmente quando desferidos no exterior, o que consubstancia a tentativa malsã de desmoralizar o Brasil.

A presidência da República, exercida interinamente pelo  Vice-Presidente Michel Temer, constitui arranjo constitucional cuja função poderá se estender até 31 de dezembro de 2018. Oxalá o seu passado de dignidade, respeito e conceituação pública alcançados nos cargos exercidos traga esperanças e regeneração nas atividades públicas.

O panorama político, social e econômico da Nação é preocupante: a desmoralização de políticos em geral ao se aliarem em conluio com empresários como demonstrado nos inquéritos do Mensalão, Petrobras, culminando nas prisões de centenas de bandidos de colarinho branco e personalidades que até pouco tempo desfrutavam descaradamente dos roubos e das apropriações criminosas, deixou à mostra que o crime tem castigo.

Os exemplos que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário estão deixando marcados com o ferrete da prisão e de condenações de dezenas de anos – que se cumpridas sem redução das penas, muitos morreriam nas cadeias – deixam exemplo para quem descuida e não respeita a lei.

Muitos figurões da política e empresários com os quais se cumpliciaram amargam as agruras e misérias nas cadeias e o desenrolar dos processos em andamento reserva surpresas, principalmente para os que se julgaram donos do poder e se locupletaram de verbas públicas, surrupiadas, às vezes, das destinadas às casa de saúde, deixando à míngua os infelizes párias jogados nos corredores dos hospitais, sem assistência e sem o amparo que a lei lhes faculta.

SÃO EXEMPLOS QUE MARCAM!