Febraban diz que expectativa é bastante positiva para open banking, que começa na próxima semana

28 de janeiro de 2021

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Para a associação dos bancos, com a novidade, a inovação deve ser incentivada e as ofertas de valor para os clientes intensificada

A partir de 1º de fevereiro entrará em funcionamento no Brasil a primeira das quatro fases do open banking, que permitirá o compartilhamento padronizado de dados e serviços pelas instituições participantes.

“O open banking incentivará a inovação e tende a intensificar as ofertas de valor para os clientes, com novos produtos e serviços, acelerando a transformação digital do mercado financeiro. A expectativa do setor bancário com sua chegada é bastante positiva”, avalia em nota Isaac Sidney, presidente da Febraban, associação dos bancos.

Os bancos começaram a se preparar para a chegada do open banking em 2018, com a contratação de equipes especializadas e montagem de times internos para domínio do assunto. A Febraban também tem promovido grupos de trabalho técnicos para aprofundar o tema e vem contribuindo com recomendações técnicas e operacionais para trazer maior fluidez e segurança ao funcionamento do sistema.

O open banking é um sistema que facilitará o surgimento de novos produtos e serviços para o cliente. Isso será possível devido ao uso de um conjunto de programas que promoverão a conexão entre as instituições participantes e as informações que serão trocadas entre elas (chamadas de APIs padronizadas).

A infraestrutura de funcionamento do open banking será implementada no Brasil em quatro fases.

  1. O pontapé inicial será a entrega no dia 1º de fevereiro pelas instituições participantes de informações sobre seus canais de atendimento – como endereços das agências, horários de funcionamento e os canais oferecidos para atender clientes, como os telefônicos e digitais (internet banking e mobile banking). Nesta primeira fase também entram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente. O acesso a estas informações será público e os dados do cliente não entram nesta fase.
  2. Na segunda fase, que se encerra em 15 de julho, as instituições poderão trocar dados de cadastros e transações de clientes entre elas, desde que o consumidor dê seu consentimento. Caso o cliente autorize, nesta etapa poderão ser compartilhadas entre instituições participantes as informações de cadastro (nome, endereço, CPF etc), bem como dados de movimentação financeira (informações sobre contas e operações de crédito, como empréstimos e financiamentos).
  3. Na terceira fase, prevista para 30 de agosto, será possível que o cliente pague contas e faça transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário.
  4. A quarta e última fase, prevista para 15 dezembro, ainda em discussões técnicas entre os participantes, se refere ao compartilhamento dos demais dados financeiros do cliente, como os de produtos e serviços de operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário.

(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

Publicação original: Valor