Lei Mariana Ferrer: Câmara aprova projeto que proíbe ofensas a vítimas em julgamento

21 de março de 2021

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Após audiência online, acusado de estuprar Marian Ferrer foi absolvido(Foto: Reprodução)

Nome do projeto é referência à influenciadora que acusou empresário de estupro, num clube em Jurerê Internacional

A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (18) o projeto de lei que proíbe, o uso de linguagem, informações ou materiais que ofendam vítimas durante audiência e julgamento de crimes sexuais. A proposta de lei agora segue para o Senado. Se for aprovada, receberá o nome de Lei Mariana Ferrer.

O nome é referência à influenciadora que acusou o empresário André de Camargo Aranha de estupro há dois anos, num clube em Jurerê Internacional. Na audiência, o advogado do réu, Cláudio Gastão da Rosa Filho, exibiu imagens da jovem feitas na época em que ela era modelo para reforçar sua argumentação de que o sexo foi consensual e atacar Mariana.

Classificando as poses da influenciadora de “ginecológicas”, o advogado afirmou que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Ele ainda a repreendeu quando ela começou a chorar: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”.

Classificando as poses da influenciadora de “ginecológicas”, o advogado afirmou que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana. Ele ainda a repreendeu quando ela começou a chorar: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”.

Na sessão de quinta (18), a deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que o que aconteceu com a influenciadora “não pode ser admitido numa democracia”.

“Não pode ser admitido por quem acha que este país tem que ter a dignidade de olhar no olho das suas mulheres e que tem que desconstruir essa lógica sexista, essa masculinidade tóxica, que invade os órgãos, que se expressa institucionalmente, que é estruturante”, disse.

Além disso, os deputados aprovaram projeto que cria o formulário nacional de avaliação de risco aplicado a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. O texto vai ao Senado.

O documento tem como objetivo identificar fatores que indiquem o risco de a mulher sofrer violência doméstica e subsidiar a atuação dos órgãos de segurança pública, do Ministério Público, do Poder Judiciário e dos órgãos e entidades da rede de proteção na gestão do risco identificado, devendo ser preservado, em qualquer hipótese, o sigilo das informações.

Outra proposta aprovada estende os prazos de validade de prescrições médicas e pedidos para realização de exames diagnósticos complementares previstos para acompanhamento de saúde, no pré-natal. Os exames serão válidos durante todo o período da pandemia. O projeto segue para o Senado.

*Com informações de Folhapress

Publicação original: NSC Total