Chega

27 de junho de 2024

Patrícia Carrijo Vice-Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros

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O fortalecimento e o respeito às instituições são sinais de uma sociedade amadurecida democraticamente. Na democracia, deve-se lutar pela preservação da harmonia, autonomia e independência de cada um dos três poderes constituídos, sem nunca sequer tentar blindá-los, logicamente. A imprensa desempenha importante papel fiscalizador — é considerada o quarto poder — e, assim como os demais, é merecedora de defesa perante aos ataques que vem recebendo da opinião popular, principalmente nesta última década de massificação das ferramentas digitais.

Mas a liberdade de imprensa — aqui usando um lugar-bem-comum — jamais pode ser confundida com irresponsabilidade, ataques à reputação de instituições ou à honra de pessoas. É triste observar que de quando em quando são requentados assuntos já esclarecidos, e estes voltam com o único intuito de “lacrar” perante a opinião das massas.

Em nome da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), que, importante lembrar, é defensora da liberdade de expressão e da imprensa livre, venho publicamente expor indignação com matérias publicadas recentemente e desde sempre contra a magistratura e alguns de seus membros.

Mais uma vez, reafirmamos que os vencimentos dos magistrados nunca excederam o teto constitucional, por, injustamente, sermos, mais infinitas vezes, vítimas de fake news sobre o tema. Mia um vez esclarecemos: as somas estudadas e mostradas no texto como salário são, na realidade, recebidas por alguns membros do Tribunais de Justiça devido ao acúmulo, no mesmo mês, de valores como indenização de férias não gozadas, 13º salário, e outros direitos adquiridos a que todo servidor público ou celetista tem. Direitos de indenização não são nem nunca foram salário (subsídio) mensal — aquele que o trabalhador recebe pelos dias trabalhados de cada mês.

O Judiciário cumpre com as normativas legais em seu orçamento e pagamento dos magistrados e demais servidores. São respeitadas à risca as leis do nosso país. Embora seja independente e possua autonomia financeira, o Judiciário é guiado pela Constituição da República Federativa do Brasil. Portanto, pedimos respeito aos nossos trabalhadores, que são dignos desse tratamento como quaisquer outros.

Difamar, injuriar e caluniar perante à sociedade os juízes e juízas, guardiões da democracia, é ultrapassar limites de liberdade e ferir a honra de milhares de cidadãos. É com respeito às pessoas que se assegura reciprocidade e evolução social, pela qual tanto trabalhamos.