Corregedor do TSE oficializa pedido para receber provas contra Bolsonaro

8 de março de 2022

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Bolsonaro é investigado no STF por vazar dados sigilos de inquérito da PF. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro Mauro Campbell Marques enviou ofício ao Supremo Tribunal Federal na segunda-feira (7/3) solicitando o compartilhamento de provas do inquérito que apura o vazamento de dados sigilosos feito pelo presidente Jair Bolsonaro.

O pedido foi endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF e atualmente vice-presidente do TSE. Em 14 de fevereiro, ele já havia autorizadoesse compartilhamento, em despacho em que enviou tais provas também para o Inquérito 4.878, que trata das milícias digitais antidemocráticas.

Na ocasião, Alexandre apontou que os elementos de provas colhidos na investigação “interessam ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no âmbito de suas competências, tem atribuição para apurar e requerer medidas em face dos fatos investigados”.

Os dados sigilosos foram divulgados por Bolsonaro durante live em agosto de 2021, quando deu informações sobre um ataque hacker ao TSE em 2018. Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente da corte eleitoral, foi preciso reforçar a cybersegurança por causa das falas do presidente.

Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro cometeu crime ao lado do deputado federal Filipe Barros (PSL), que também participou da live. Já o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu o arquivamento das investigações ao STF. Jair Bolsonaro, paralelamente, ignorou ordem do STF e faltou a depoimento sobre o caso na Polícia Federal.

No TSE, o inquérito que apura o vazamento de dados é o mesmo em que a Corregedoria, à época sob comando do ministro Luís Felipe Salomão, deu ordem para suspender a monetização de perfis com fake news sobre eleições nas redes sociais em agosto de 2021.

0600371-71.2021.6.00.0000

Publicação original: Conjur