Representatividade feminina no Direito: um caminho em construção

12 de março de 2024

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Mais do que fazer coro às principais conquistas das mulheres nas últimas décadas no Brasil e no mundo, a luta pela representatividade feminina carrega um histórico que considero recente e que precisa seguir como prioridade entre projetos, ações e atuação das entidades de classe, bancas e advocacia. Quando observamos que as mulheres conquistaram o direito de exercer a advocacia  somente em 1932 – período em que passaram também a ter direito a voto –, percebemos a urgente necessidade de mantermos uma pauta contundente de equidade de gênero não apenas pelo exercício da profissão, mas sobretudo ocupando espaços de poder. 

Hoje, nós, mulheres, somos maioria na advocacia. E posso dizer que essa pauta tem guiado minha carreira não apenas como mulher e advogada, mas por acreditar profundamente que a diversidade é fundamental para o avanço da humanidade. 

Foram esses caminhos que me levaram a fundar o Movimento em Defesa da Advocacia (MDA) e pelo qual atuei, entre 2004 e 2006, como Vice-Presidente da Comissão de São Paulo na Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica. Como Vice-Presidente da Associação dos Advogados (AASP) nesta atual gestão, assumi o compromisso de levar adiante um dos princípios da Associação, em apoio absoluto à ampliação da representatividade feminina em todas as esferas do setor jurídico, para que cada vez mais pautas de interesse da sociedade possam ser debatidas e decididas por grupos plurais.

Um caminho árduo e constante, marcado por conquistas que são valiosas para nós, como a primeira mulher Presidente da AASP, a advogada Viviane Girardi, que liderou a casa durante o ano de 2021. Mas sabemos que podemos chegar muito mais longe.

Além de ocuparmos metade dos cargos do Conselho e da Diretoria da AASP neste ano, as mulheres estão presentes e são contempladas em tudo que fazemos como, por exemplo, na Revista do Advogado, que tem coordenação feminina há três anos e vem propondo assuntos relevantes para as advogadas em todas as edições. 

Entre outras ações que integram as programações anuais da AASP, o Mês da Mulher ganha destaque, sendo considerado um dos principais eventos do calendário. Durante todo o mês de março são realizados encontros gratuitos com temáticas destinadas às advogadas, com o objetivo de contribuir para o seu crescimento pessoal e profissional.

Na edição deste ano, temas como “Justiça Brasileira: a mulher como protagonista em carreiras jurídicas”, “O compliance diante do assédio no ambiente profissional”, “Lei Mariana Ferrer: proteção à vítima x restrição ao direito de defesa” e “Educação financeira: dicas e processos para o dia a dia da mulher advogada” estão entre os assuntos abordados por especialistas convidadas.

Por acreditar no papel da AASP para uma mudança real e significativa na valorização da mulher, pretendo continuar esta caminhada, lutando por um ideal que promoverá a verdadeira transformação de nossa sociedade.

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