Edição 116
CNT Homenageia lideranças com a medalha JK
31 de março de 2010
Da Redação, por Giselle Souza
O Presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, recepcionou no dia 10 de março, na sede da entidade em Brasília, lideranças políticas, empresariais e sindicais com a Medalha da Ordem do Mérito do Transporte Brasileiro 2009, conhecida como Medalha JK.
A solenidade, prestigiada por parlamentares e pelo Presidente da Academia Brasileira de Letras e ex-presidente do Tribunal de Contas da União, Marcos Villaça, serviu também para homenagear o patrono da Ordem do Mérito do Transporte — o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
O Presidente da CNT, Clésio Andrade, destacou a importância do reconhecimento à contribuição dos homenageados ao transporte no País e lembrou que o caminho trilhado por Juscelino Kubitschek é um exemplo a ser seguido por todas as lideranças do setor, afirmando: “JK deve ser considerado por todos como o presidente que redescobriu o Brasil para os brasileiros. Visionário, cortou o País com estradas, investiu na energia, acelerou o progresso de industrialização e fez a construção da nova capital e motivação que uniu brasileiros para romper o desafio de levar o progresso para o interior do País. Um transporte forte e eficiente é o reflexo imediato de uma economia igualmente forte e saudável”.
Doutor Bernardo Cabral, ex-ministro da Justiça, ex-parlamentar, relator da Constituição de 1988 e presidente do Conselho Editorial da Revista Justiça & Cidadania, único agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Transporte Brasileiro – Medalha JK, discursando em nome dos demais agraciados, estes no Grau de Grande Oficial e Oficial, colocou em relevo que recebia tão alta distinção no instante em que o País ainda não deixou de exibir a existência de uma excessiva concentração de renda nas mãos de uns poucos, em detrimento de uma grande maioria, o que acaba por gerar desemprego, exclusão, fome, falta de habitação, violência. Tudo resultante de uma profunda injustiça social.
Por essa razão é preciso que se faça — e, mais do que nunca, a hora é chegada — uma ponte de harmonia, através do “rio” de tanta desunião, de tantos desencontros, uma vez que a situação emergente não mais permite o fanatismo sectário ou as provocações estéreis ou a prepotência arbitrária.
O momento — continuou ele — é o da crítica construtiva, da participação sem adesismo condenável, da contribuição não só em criatividade mas em solidariedade, a fim de ajudar o Brasil a não cair no poço escuro da apatia, do medo, do desânimo e do descrédito a que pode ser levado em virtude da onda de corrupção que cria tentáculos de capilaridade em todos os Poderes. A Nação precisa continuar empenhada em reencontrar os caminhos de sua grandeza. E para isso se faz necessário que nos voltemos todos para a sua reconstrução política, fincando raízes no subsolo da nossa nacionalidade, alcançando a sua estrutura econômica e política, pois um país só se mantém erguido nos braços da soberania de seu povo.
E soberania não tem preço, por mais alto que seja o valor que por ela pretendam oferecer.
A partir daí, Bernardo Cabral iniciou os seus agradecimentos às autoridades presentes, destacando as figuras do Presidente da Confederação Nacional dos Transportes, Doutor Clésio Andrade, do Presidente de Honra da CNT, Thiers Fattori Costa, e do Doutor Lélis Teixeira, Presidente-Executivo da Fetranspor, um dos agraciados, por ter revolucionado o transporte no Estado do Rio de Janeiro.
Bernardo Cabral encerrou o seu discurso numa emotiva homenagem ao editor da Revista Justiça & Cidadania, Orpheu Santos Salles — presente à solenidade — pelo tempo em que esteve preso, por ordem do Governo Militar, nos idos de 1964, no porão do navio Raul Soares, durante quase um ano, em meio aos ratos e baratas, sem perder a dignidade e cuja saga retratou no poema de sua autoria intitulado “Navio-Presídio”.
Fonte: CNT