É hora e tempo de reagir

14 de janeiro de 2015

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Orpheu Santos SallesWinston Churchill, ao assumir o governo de Inglaterra, em hora das mais tristes e dolorosas na guerra contra a Alemanha, com Londres sendo bombardeada diariamente, concitou o povo a reagir, clamando como estímulo palavras que serviram como ânimo de luta e resistência do povo inglês: “vamos lutar e resistir. Eu só posso vos oferecer: sangue, suor e lágrimas”. E A INGLATERRA VENCEU A GUERRA!

No Brasil, em quantas ocasiões, em momentos sociais e políticos difíceis, a população foi às ruas e, em movimentos populares legítimos, reagiu a favor das aspirações de interesses nacionais, como foram as lutas do “PETRÓLEO É NOSSO”, “A MARCHA DAS DIRETAS”, “O IMPEACHMENT DO COLLOR” e “A LUTA CONTRA A DITADURA MILITAR”, e foi graças a esses patrióticos movimentos cívicos que vivenciamos hoje o uso e gozo do Estado Democrático de Direito.

Nos tempos de agora, com a corrupção propagada em importantes setores da administração pública com índices financeiros jamais imaginados, apontando valores apropriados por bandidos de colarinho branco a se locupletar de bilhões de dólares, chega-se à triste e vergonhosa conclusão de que tem de haver drástica e dura luta contra esse verdadeiro cancro que corrói não somente o erário, mas também a dignidade e a moralidade da administração pública.

Os escândalos que têm acontecido a miúdo e de forma pública tão absurda e deprimente se refletem na população que se queda atônita e estupefata, da forma mais negativa contra o respeito e a dignidade do Poder Público, afetando desmerecidamente sem distinção as autoridades mais representativas do País.

Na solenidade realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) da outorga dos Troféus Dom Quixote de La Mancha e Sancho Pança, em homenagem a diversas personalidades que conquistaram, nos vários setores de suas atividades, o respeito e a admiração, pela condução moral e de dignidade, conforme publicado nesta edição, ocorreu-me a ideia, evocando as lutas que o bravo manchego travou nos campos ensolarados da Espanha, defendendo desassistidos e injustiçados, para nesta quadra da vida em que vivenciamos as lamentáveis mazelas que ocorrem, de pregar a necessidade da volta de Dom Quixote, para com seus exemplos de luta, de coragem, amor, renúncia e perseverança, se contrapor às mazelas que ocorrem hoje no Brasil.

Lembrei dos grandes feitos que surgiram em várias ocasiões e das oportunidades por que a humanidade tem passado, e sempre nos momentos mais difíceis sempre surgiu em contrafeito o clamor público a combater e participar contra as desgraças e hecatombes ocorridas.

Lembrei também, por estar no STF, onde se decidem as grandes questões nacionais, para evocar momentos do passado, em que nações e países se manifestaram de várias formas, principalmente por meio da música, visando inspirar, ajudar e incutir o sentido patriótico da reação popular e coletiva, lembrando a obra-prima do grande compositor e músico Frederico Chopin: a Polonaise; o hino francês: a Marselhesa; e o hino da Independência, de autoria de Dom Pedro I.