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O linchamento moral

31 de dezembro de 2011

Orpheu Santos Salles Editor

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Já se tornaram corriqueiras a mentira, a infâmia e as injustiças que inocentes têm sofrido devido a várias e pesadas calúnias de irreparáveis consequências, em face dos brutais linchamentos morais que lhes atingem.

Até Jesus Cristo, que somente pregava o amor, sofreu a injustiça do cruel e bárbaro linchamento, crucificado no lugar de Barrabás, por instigação e mentiras.

A defesa contundente feita por Émile Zola no famoso “J’accuse”, a favor do infeliz capitão André Dreyfus, acusado injustamente de trair a honra do militarismo francês – apesar de ter recuperado a liberdade somente em 1906 –, jamais livrou o desgraçado oficial dos labéus racistas e das lembranças infamantes que o atingiram, arrostando o seu futuro e de sua família na miséria da indignidade.

Quem não se lembra do caso ocorrido em São Paulo, em uma escola particular, cujos professores, além do próprio estabelecimento de ensino, sofreram um dos mais pungentes linchamentos por parte de jornais e de emissoras de rádio e televisão, o que arruinou definitivamente a instituição e a vida particular daqueles mestres, que se quedam até hoje, apesar de restabelecida a verdade e a inocência, com a honra e a dignidade ultrajadas e sem possibilidade de plena recuperação?

Esses comentários vêm a propósito da onda brutal e
indiscriminada de acusações infundadas e de irresponsabilidades infamantes divulgadas pela imprensa, atingindo irreparavelmente membros do Judiciário de reconhecido conceito, sem a menor consideração e respeito à dignidade e à moral do semelhante, que se vê à mercê de infâmias e maledicências praticadas por levianos e criminosos adversários e pressupostos inimigos.

Os homens de bem, principalmente os que exercem com responsabilidade atividades públicas, em especial os formadores de opinião, têm a obrigação de repudiar e revidar as indevidas assacadilhas que, leviana e indiscriminadamente, sem prova ou razão, são imputadas contra adversários ou inimigos.

O presente procedimento é de repúdio aos costumeiros detratores da honra alheia e também contumazes difamadores do Poder Judiciário, várias vezes atingido com seus despautérios.

A Revista Justiça & Cidadania cumpre com satisfação os princípios que norteiam a sua ação, em defesa do Poder Judiciário e da magistratura.