Um prêmio para os defensores da justiça e da paz social

8 de novembro de 2019

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A 29a edição do Troféu Dom Quixote de La Mancha homenageou ministros do STF, do STJ, do TST e diversas personalidades da vida pública e da iniciativa privada.

Na noite de 9 de outubro, a Confraria Dom Quixote e o Instituto Justiça e Cidadania (IJC) realizaram a cerimônia de entrega do XXIX Troféu Dom Quixote de La Mancha aos 24 agraciados deste ano, além de conceder o Troféu Sancho Pança e a Medalha Justiça & Cidadania, que também fazem parte da homenagem anual criada para reconhecer o trabalho de personalidades de destaque na defesa da ética, da moralidade, da dignidade, da justiça e dos direitos da cidadania.

O evento, realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), foi aberto oficialmente pelo presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli, que ressaltou a importância da homenagem, em particular para os representantes do Poder Judiciário. “A premiação de hoje brinda, justamente, todas as senhoras e senhores, personalidades que se destacam por seus incessantes e laboriosos esforços em benefício dos ideais constitucionais. Pessoas que contribuem para que nosso país avance cada vez mais no caminho do desenvolvimento e da paz social. Que as homenagens aqui feitas nos sirvam de inspiração para que sigamos obstinados na defesa e na promoção da justiça, da cidadania, da República e da democracia”, declarou.

Entre os agraciados deste ano estão os ministros do STF Edson Fachin, Rosa Weber e Carmen Lúcia; os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha, Rogério Schietti e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas; os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) João Batista Brito Pereira e Evandro Pereira Valadão Lopes; o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel; além de outras personalidades da vida pública nacional, bem como nomes expressivos da iniciativa privada. Agraciado com a Medalha Justiça & Cidadania, o ministro Noronha declarou em entrevista para a TV Justiça que “existe um Dom Quixote dentro de todos nós, o que é muito bom. É um sentimento de busca eterna pela justiça, que é fundamental para que alguém seja um bom juiz”.

O editor-executivo da Revista Justiça & Cidadania, Tiago Salles, conduziu o pronunciamento de abertura da entrega dos troféus, trazendo à lembrança a realização de seu pai, Orpheu Salles, falecido em 2016, o criador da premiação. “Não haverá uma só solenidade de outorga dos troféus Dom Quixote e Sancho Pança em que meu pai não se fará presente. Seja pela lembrança de sua companhia, que sinto falta todos os dias, seja pela lembrança de seus editoriais mensais na revista, ou pelos valores que defendia. Muitos conceitos, ou palavras, poderiam ser usados para defini-lo. Os que mais o destacam, sem dúvida, são gratidão e amizade”, começou.

Salles também mencionou a figura do senador Bernardo Cabral, chanceler da Confraria Dom Quixote, que não pôde comparecer à cerimônia. “Sem dúvida, ele tem sido fundamental para a consolidação desta premiação. Não apenas por ser uma personalidade de grande relevância para a história do País, em que se destaca o fato de ter sito o relator da Constituinte, como também devido à força da amizade que o uniu a Orpheu Salles durante toda uma vida. Temos orgulho de contar com o senador na Confraria, pois ele sempre foi um grande incentivador desta premiação e uma de suas principais forças motrizes”.

Ele também destacou as contribuições dadas pelos premiados desta edição. “Falando em nome da revista, da Confraria e do Instituto Justiça e Cidadania, temos orgulho de contar com a amizade e a confiança de todos vocês. Todos os senhores e senhoras aqui presentes eram merecedores da admiração de Orpheu. E cada um dos hoje agraciados guarda um pouco dele em si, seja pela amizade, pela moral e ética, pela retidão com a qual conduzem suas vidas”, concluiu.

Um sonho realizado – Em seu discurso, proferido em nome de todos os agraciados, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, reforçou a importância de um Poder Judiciário fortalecido para a manutenção das democracias. “Quero oferecer este prêmio aos milhares de ‘Dom Quixote’ do Judiciário brasileiro, homens e mulheres que honram a toga que vestem”, disse, também mencionando a legitimidade com que tais magistrados ocupam seus cargos, uma vez que foram escolhidos democraticamente. “Todos aqueles que militam na Justiça merecem o nosso respeito. Não se muda os rumos de um país senão através do parlamento, por meio do diálogo, da convergência de ideias e com o sentimento de que a união faz a força. Em tempos de ódio, nós vamos semear a paz, vamos semear a concórdia”, declarou.

O governador também aproveitou o pronunciamento para relembrar o amigo Orpheu Salles, que expressou seu sonho de fazer uma entrevista com o então magistrado, a ser publicada na capa da revista Justiça & Cidadania, por reconhecer sua destacada atuação no cargo. “Ele não imaginava que este juiz federal tinha um sonho quixotesco de abrir mão da vitaliciedade, do aparente conforto do cargo, para seguir o caminho do desconforto da política”, comentou. Witzel, de fato, foi capa da edição no 228, de agosto deste ano. “Quero dedicar esta capa da publicação ao nosso querido amigo, que aos 93 anos ainda alimentava sonhos e inspirava pessoas. É em nome dele que recebo esta homenagem e dedico aos nossos magistrados para dizer que meu sonho é de um Brasil unido, onde as nossas crianças estejam nas escolas e possam ser educadas para aprender a tolerância e não a intolerância. É o sonho de um Brasil forte e unido, com instituições respeitadas”, concluiu o governador.

Outro sonho realizado de Orpheu Salles, a premiação, foi inspirada na obra máxima de Miguel de Cervantes. Além do Troféu Dom Quixote, as homenagens se multiplicaram com o Troféu Sancho Pança, que significa a fidelidade e a lealdade aos mesmos princípios, e a Medalha Justiça & Cidadania. “Criamos a medalha para continuar homenageando esses brasileiros e brasileiras que trabalham tanto pelo Brasil e que fazem a diferença na nossa sociedade”, explicou Tiago Salles.