Olhares femininos sobre o presente e o futuro

27 de fevereiro de 2019

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Há anos, nós mulheres podemos votar, dirigir, gerir nosso patrimônio e trabalhar fora. Podemos também nos expressar  livremente e lutar por nossos direitos (e dos outros) para garantir que nossas filhas e netas possam naturalizar esses avanços e aproveitá-los no futuro. Essas conquistas se devem ao esforço de várias gerações de mulheres, mas são ainda obra incompleta na construção de uma sociedade em que homens e mulheres tenham, de fato, os mesmos direitos e o mesmo acesso às oportunidades.

Nesse sentido, dedicamos nessa edição generoso espaço às pautas que oferecem contribuições à promoção da igualdade de gênero. São entrevistas e artigos nos quais mulheres de diferentes carreiras jurídicas discutem questões como sororidade, protagonismo, representatividade política e outros temas focados nos ideais de liberdade, justiça e igualdade para as mulheres.

A seção Justa, que durante todo o ano discute a atuação feminina no universo jurídico, traz entrevista com a querida amiga e Promotora de Justiça (MP-SP) Gabriela Manssur, ícone da luta em defesa das mulheres vítimas de violência. Brilhante, de mente inquieta, sempre envolvida em várias ações e projetos, ela conseguiu fazer até de seu hobby, a corrida de rua, um instrumento de empoderamento feminino e denúncia da violência doméstica cotidiana enfrentada pelas mulheres brasileiras.

Outra grande amiga, Karina Kufa, se junta a duas das mais importantes advogadas eleitorais do País – Marilda Silveira e Maria Cláudia Bucchianeri – para falar sobre os desafios das Eleições 2018, quando atuaram nas campanhas de três candidatos à Presidência da República: Jair Bolsonaro (PSL), João Amoedo (Partido Novo) e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). A participação das mulheres na vida partidária e os efeitos da minirreforma eleitoral sobre a representatividade feminina estão entre os temas que fazem da tripla entrevista uma leitura obrigatória.

Há outras mulheres nessa edição, como a Juíza Federal Clara Mota Pimenta e a Procuradora do Distrito Federal Rita Lima, que nas seções dedicadas à Associação Nacional dos Juízes Federais (Espaço Ajufe) e à Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Espaço Anadep) ressaltam as preocupações de suas entidades com a igualdade de gênero. Por último, mas não menos importante, há a entrevista com a vice-presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basílio, que comenta sua iniciativa de promover a campanha “Sou a favor do porte de livros”, com os objetivos de incentivar a leitura entre os alunos das escolas públicas e equipar as bibliotecas das subseções da Ordem no interior do estado.

Como não podia deixar de ser, marcando o posicionamento firmado por nosso fundador Orpheu Salles, de homenagear históricas decisões das cortes superiores, destaco, ainda, o notável voto do decano do Supremo Tribunal Federal, Ministro Celso de Mello, para nos lembrar que o STF mantém postura inabalável em defesa das minorias; e a entrevista de capa com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, que terá os próximos três anos para estender em nível nacional a exitosa gestão que conduziu no Rio de Janeiro.

Lembro-me agora, talvez tardiamente, que Dr. Orpheu também diria que devo usar dois adjetivos para cada frase que escrevo, de modo que desejo uma excelente e agradável leitura a todos!

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